FRÁGIL INVESTIGA FEMININO PARA EMERGIR EM COREOGRAFIA DA RENASCENÇA
MODERNA
Sob luz
alaranjada e ao som do cello barroco, imagens dos pintores Ticiano e Rubens
ganham vida pelos movimentos da performer Nathalia Catharina
O
espetáculo de dança Frágil,
da coreógrafa Nathalia Catharina que assina a concepção e a direção, estreia no
dia 21 de agosto, no Sesc Pinheiros. A temporada segue até 5 de setembro, no 4º
subsolo, terças e quartas, 21h. A performance inspirada em dois períodos da
arte, o Renascentismo e o Barroco, cria um elo entre os séculos XVI e XVII com
o XXI através do feminino.
A
partir do estudo que a artista faz das formas das mulheres criadas pelos
pintores Ticiano e Rubens, a coreografia visa transformar imagens
bidimensionais que atravessam séculos em dança contemporânea.
A
luz de Fabricio Licursi reproduz os tons alaranjados do pôr-do-sol comuns nas
telas renascentistas e os contrastes de claro-escuro típicos do Barroco. O
vestido vermelho do figurinista e ator Theodoro Cochrane acentua as formas
naturais do corpo, enfatizando discretamente o peito, com um decote, como era
moda há quatro, cinco séculos e ainda é hoje.
O
resultado em cena é um jogo entre luz e sombra, volume, linhas de perspectiva,
tons de cinza e cor, recortes e repouso de movimento. “É a consequência do
desejo por duas estéticas pelas quais sou apaixonada. A ideia é reproduzir as
mudanças da representação do corpo feminino de lá para cá. A plasticidade
procura levar o espectador a tecer uma narrativa a partir de associações entre
as imagens e os movimentos”, diz Nathalia Catharina. Em seu segundo solo e
terceira direção, ela costura imagens de quadros, como Amor Sacro e Amor
Profano (1514, Ticiano) e O Julgamento de Paris (1639, Rubens), como
fotogramas, em atmosfera romântica.
Com
influência de Bach, a trilha barroca foi composta especialmente pelo pianista
Manuel Pessôa. Em alguns instantes, as notas harmônicas do violoncelo e do
piano são interrompidas por intensos ruídos de maquinário. “A alternância da
sonoplastia sugere uma máquina do tempo, sem que o espectador possa identificar
a origem do som, para não quebrar a viagem”,fala Nathalia.
Um pé aqui, outro acolá
Contemplado
pelo Programa de Ação Cultural-ProAC/SP 2011, o solo teve pré-estreia em junho
último na III Plataforma Estado da Dança - evento promovido pela Secretaria de
Estado da Cultura, em São
Paulo.
Além
do trabalho solo, desde 2009, Nathalia Catharina é colaboradora artística e
coreógrafa convidada da companhia teatral francesa PlayGround, dirigida por
Maria Clara Ferrer, em Limoges e Paris. Ainda na França, ministrou workshop de
dança-teatro no Institut d'Études Théâtrales de Paris 3 - Université Sorbonne,
para graduandos do curso de teatro, há dois anos.
Na
cidade de São Paulo, integra desde 2004 o Silenciosas + GT’Aime, grupo de
dança-teatro que fundou junto com Diogo Granato, e colabora com a companhia
Perversos Polimorfos, onde dançou e codirigiu Banksy Bang (prêmio Funarte de
Dança Klauss Vianna 2010) e Ânsia, ambas encenadas no 4º subsolo do Sesc
Pinheiros, em 2010 e 2011, respectivamente.
A
primeira tinha sua dramaturgia coreográfica calcada em grafites do inglês
Banksy, na obra Hamletmaschine (Heiner Müller) e no Terrorismo Poético de Hakim
Bey. A última era inspirada na peça homônima de Sarah Kane (Crave, em inglês) e
na pintura de David Hockney para falar sobre individualidade, solidão e a
dificuldade de conexão entre as pessoas na cidade. O resultado ficou entre os
finalistas do Prêmio Bravo! como melhor espetáculo de dança de 2011.
DURAÇÃO: 45 minutos RECOMENDAÇÃO ETÁRIA: livre
TEMPORADA:
DE 21 DE AGOSTO A 5 DE SETEMBRO. TERÇAS E QUARTAS, ÀS 21H. SESC PINHEIROS, 4º
subsolo (Ponto de encontro no térreo, a partir das 20h30). Rua Paes Leme, 195,
Pinheiros. Tel. 11 3095-9400. Informações: 0800 118220; www.sescsp.org.br. Capacidade: 40
lugares. Não é permitida a entrada após o início do espetáculo. Acessibilidade
para portadores de
deficiência.
INGRESSOS:
R$ 10,00 (inteira); R$ 5,00 (usuário inscrito no Sesc e dependentes, +60 anos,
estudantes e professores da rede pública de ensino) R$ 2,50 (comerciários e
trabalhadores em empresas do comércio de bens, serviços e turismo). Horário de
funcionamento da bilheteria: Terça a sexta das 10h às 21h30. Sábados das 10h às
21h30, domingos e feriados das 10h às 18h30. Tel.: 11 3095-9400. Ingressos à venda
na Rede INGRESSOSESC.
ESTACIONAMENTO
COM MANOBRISTA (VAGAS LIMITADAS). Entrada pela rua Butantã, 100 (em função das
obras no Largo da Batata, a Rua Paes Leme está interditada para o tráfego de
veículos no trecho entre a Rua Amaro Cavalheiro e a Rua Padre Carvalho, até 8
de setembro. A entrada de pedestres permanece pela portaria principal na Rua
Paes Leme).
Veículos,
motos e bicicletas. Terça a sexta, das 7h às 22h; Sábado, domingo, feriado, das
10h às 19h. (Horários especiais para a programação do teatro). Taxas:
Matriculados no Sesc: R$ 6,00 nas três primeiras horas e R$ 1,00 a cada hora adicional;
Não matriculados no Sesc: R$ 8,00 nas três primeiras horas e R$ 2,00 a cada hora adicional;
Para atividades no teatro, preço único: R$ 6,00.
Ficha técnica
Direção, concepção e performance: Nathalia Catharina
Direção musical: Manuel Pessôa
Desenho de luz: Fabricio Licursi
Figurino: Theodoro Cochrane
Interlocução: Juliana Moraes
Fotografia e desenho visual: Osvaldo Guarnieri
Violoncelo: Fábio
Leão
Confecção de figurino: Judite de Lima
Produção executiva: Larissa Orlow
Assistência de produção: Olga Vereiski
Assessoria de imprensa: Lu Cassas & Lica Nielsen
Apoios: Governo do Estado de São Paulo - Secretaria de
Estado da Cultura/ProAC- Programa de Ação Cultural 2011; Oficina Cultural
Oswald de Andrade; Universidade Anhembi Morumbi; Cultura Inglesa;
e Espaço.
Breve perfil
Aos 30 anos, seu
trabalho é reconhecido através de solos, de sua atuação na
Silenciosas+GT'Aime e de sua colaboração na Perversos Polimorfos, na
qual atuou como codiretora e intérprete, ao lado de
Ricardo Gali. Em 2009, estreou seu primeiro solo, Nathpark, dança-teatro repleto
de improvisação, com a música ao vivo da bateria de Mariá Portugal. Motivada
pelo cinema de Kubrick (Laranja Mecânica), brincava com o movimento e o
som a partir de uma leitura corporal e sensorial do espaço. Com influência de
kung fu e balé clássico, a coreografia era criada como take cinematográfico na
hora em espaços alternativos (site-specific). O trabalho percorreu parte
do estado de São Paulo, incluindo a capital, com apoio do ProAC 2008.
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